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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Filme: Homem do rio


EMBAIXADA DA FRANÇA CELEBRA OS 50 ANOS DO CLÁSSICO O HOMEM DO RIO
Embaixada da França celebra os 50 anos do clássico O Homem do Rio.
Exibição do filme no dia 26 de fevereiro, às 19 horas, com entrada franca.
Após a sessão, conversa com o professor e crítico de cinema Sérgio Moriconi
A sequência filmada em Brasília, na década de 60, é antológica. Uma das mais belas já realizadas na cidade!

Serviço de Cooperação e Ação Cultural 
Embaixada da FrançaSala Le Corbusier
S.E. S  Av. das Nações
Quadra 801 Lote 04 - Brasília – DF
Tel: 3222 3879   
Filme de quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2014, às 19horas  
«O Homem do Rio» – L’Homme de Rio 
De Philippe de Broca. França / Itália.  1964 -  2hs00 
Comédia / Aventura – Classificação etária: Livre
Com : Jean-Paul BelmondoFrançoise Dorléac e Adolfo Celi.
Sinopse
Um grupo de ladrões planeja o roubo de uma relíquia amazônica do Museu do Homem, em Paris. 
O trabalho desencadeia uma série de aventuras que envolvem drogas, morte e sequestro. Agnes, 
a filha de um homem assassinado, é sequestrada, drogada e enviada para o Rio de Janeiro em um avião. 
O seu namorado Adrien, um soldado, procura a amada, seguindo uma jornada no Rio, Brasília e na Amazônia.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O cinema está de luto.

Ontem o cinema esteve de luto e continuará por um bom tempo. Dois artistas talentosos e tão marcantes na sétima arte nos deixaram: Eduardo Coutinho e Philip Seymour Hoffman. Nós, amantes do cinema sentimos na alma a partida desses dois ícones. Perdemos de Coutinho, sua sensibilidade para escrever, dirigir e nos surpreender com as estórias tão interessantes e inusitadas de gente comum. Só alguém com um olhar tão profundo e verdadeiro podia captar e propiciar uma atmosfera tão intimista, para que seus atores,gente comum, como Coutinho frisava, nos filmes como Edifício Master e Canções, pudessem mostrar toda a sua originalidade e simplicidade. Quem não emocionou com aquele morador do Edifício Master, cantando Frank Sinatra? Coutinho tinha esse dom: nos tocar profundamente, sabia que aquelas histórias tinham um pouco de cada um de nós, pois nos mostrava, a dor, a perda, a alegria, a saudade e o amor,tudo isso de forma simples e profunda. Em uma de suas entrevistas ele disse: "Figuras públicas não entrevisto – grandes médicos, grandes estadistas, filósofos, sendo de direita ou de esquerda, não interessa. Têm muito a perder. Essas pessoas anônimas têm menos a perder”. Seu último filme: As Canções de 2011 é de uma genialidade, os protagonistas cantam as músicas, associando as, as estórias que vivenciram em suas vidas. O filme, como sempre é tocante, alegre e triste. Fiquei refletindo, e lembrei de Freud, realmente os artistas têm esse dom de "materializar" as emoções humanas como ninguém, seja na pintura, na escultura, na poesia, na música ou no cinema, é algo nato, é uma forma de sublimação, colocam a pulsão a serviço da criação. A outra perda, do ator maravilhoso Philip Seymour Hoffman, também deixa esse buraco e uma grande tristeza. Assisti filmes em que ele atuou, nos quais nunca esquecerei de suas magistrais atuações: Capote, Magnólia, A Dúvida e outros que não me lembro agora, mas o último filme em que o vi representar, O Mestre, no qual, que ele atua com Joaquin Phoenix não me sai da memória. Philip, na pele de um doutrinador perverso de uma seita, estava como sempre avassalador,podíamos sentir da cadeira do cinema, a angústia, que ele nos fazia sentir, através de seus atos ardilosos, manipuladores, autoritários e abusivos. Dom ou talento, de quem consegue vivenciar a personalidade de um personagem, e transmití-la, com tanta veemência, que nós espectadores ficamos nos contorcendo enquanto o assistimos. O cinema, as estórias contadas, vivenciadas e dirigidas, através dele, sempre foram uma forma de eu ver, analisar, entender o mundo e as pessoas. Artistas como Coutinho e Philip, são alguns exemplos de pessoas que me ajudaram a entender a castração simbólica, a minha falta constitutiva e a ter desejo de sublimar uma parcela de minha pulsão, afim de criar também algo novo, algo com meu estilo. Eles, com suas entregas a arte, ao cinema e as emoções, me mostraram que a vida é intensa, profunda e simples. Apesar de suas mortes trágicas, ambos, cultivaram e nos proporcionaram muita vida enquanto existiram, que suas obras possam continuar causando nossos desejos ou nos fazendo refletir e aceitar nossas faltas. Concluo com uma citação de Eduardo Coutinho: "Eu realmente escuto as pessoas, e talvez seja por isso que elas falam comigo. Minha vida depende disso. Eu preciso das pessoas - por profissão até." Que coincidência, nós analistas também não precisamos escutar?

Freud e a Psicanálise - Ney Branco : Freud na crista da onda do século XXI.